Pensar à esquerda (II)

(continuando)

Estando o PS tomado por políticos com princípios neoliberais e a realizar com sucesso as políticas da direita, seria espectável um suplemento de embaraço nos partidos à direita e uma oportunidade dos partidos à esquerda.

Há direita os embaraços são evidentes com um PSD destrambelhado e um CDS sufocado.

O escorregamento para a direita do PS lançou o pânico às hostes do PSD ao pressagiarem um longo afastamento da governação, depois do PS ter ocupado o espaço político que era o deles. Os rapazes do CDS por sua vez andam de cabeça perdida, sem ideias, sem propostas, sem saber que fazer para não fenecer. A direita está perturbada.

As eleições para líder do PSD vieram ainda exibir os sórdidos e inconfessáveis interesses pessoais e/ou a soldo de gente poderosa que fazem com que o PSD se mexa, patenteado nas múltiplas e nebulosas “movimentações”, dos últimos dias que envolveram destacados militantes, actuais e antigos dirigentes, ex-ministros, empresários, ao ponto de perderem a compostura com insinuações grosseiras, ataques raivosos, ofensas pessoais e acusações de toda espécie e feitio.

De há muito que se fala na refundação da direita portuguesa. Parece ter chegado o momento. Se por acaso querem chegar ao Governo do país na próxima dúzia de anos.

Há esquerda …

( a continuar com calma e tempo)

Santana Lopes abandona entrevista em directo a SIC Notícias.

viewimagesaspx.jpg

Santana Lopes é um político com muitas fragilidades, algo patético em muitas ocasiões. Santana Lopes não é um líder, não é um técnico, é politicamente instável e contraditório. Provou-o como Primeiro-ministro. Não deixou saudades. Separa-nos um oceano politicamente.

Santana Lopes, é contudo uma pessoa educada, tem um sorriso aberto e franco, tem sentido de humor e carisma. Acredito que deve ser boa pessoa.

Ontem, Santana Lopes deu uma lição de dignidade e respeitabilidade. Abandonou os estúdios da SIC Notícias depois de interrompido para um directo da chegada de Mourinho a Portugal, com uma declaração exemplar, “Eu vim com sacrifício pessoal e sou interrompido por causa da chegada de um treinador de futebol… ainda se fosse um acontecimento importante do país, do mundo, que justificasse. Acho que o país está doido. Não vou continuar a entrevista, acho que as pessoas têm de aprender”.

Completamente de acordo. Os critérios editoriais das televisões há muito que deixam a desejarem. Não é só o respeito aos entrevistados que está em causa é também o respeito devido aos telespectadores. A vários níveis da programação e informação. E de há muito tempo.

Também há muito tempo que esperava uma atitude destas. Veio por onde menos contava.

Dou os meus parabéns Santana Lopes.