“Juros altos precisam-se”

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O país pode bem viver com uma taxa de juros acima dos 4%, mesmo que isso seja devastador para algumas famílias“.

Editorial do Diário Económico.

Os disparates podem ser ditos por qualquer um, com um gosto particular, sobretudo quando vindos de “reputados” economistas. O Sr. Martim Avillez Figueiredo como qualquer bom neoliberal não quer saber das coisas comezinhas do dia a dia das pessoas, como ter de pagar as prestações de um empréstimo de uma casa ou a educação dos filhos, para apenas citar dois exemplos. Ele sabe e sem vergonha o afirma que os juros altos (tal como os impostos excessivos), são devastadores para algumas famílias, mas está-se nas tintas, porque o que interessa é a “competitividade das empresas, e por isso encontra motivos para exigir mais sacrifícios para que o país chegue ” lá acima onde se cruzam as economias ricas”.

Esta treta é recorrente. Já cheira mal. Os Martim’s Avilezes deste país não recebem salários de 1000€ e menos, para no dia seguinte, desembolsar metade com a prestação do empréstimo da casa. Os Martim’s Avillezes não sabem o que é ter salários de miséria e grandes encargos. Não sabem o que são dificuldades. Não conhecem uma vida de qualidade mínima. Falam de barriga cheia. Eles acham que os portugueses se endividam demais. Acima das suas posses. Não entendem que os portugueses têm o direito à esperança e ao sonho de melhores dias. O direito a pensar que os salários não vão ficar congelados ou abaixo da inflação.

Eu acho que os portugueses ouvem demais estes pretensos salvadores da pátria. Portugal sempre esteve em crise desde o 25 de Abril. Os Martim’s Avillezes de agora são as dezenas de ministros de outrora e a receita foi sempre a mesma. Apertar o cinto e sacrifícios …para uns. E por isso estamos onde estamos.

Bardamerda para os Martim’s Avillezes deste país!