Vulnerabilidades

Francisco Louçã considerou a eleição de Luís Meneses para Presidente do PSD, como um sinal da crise do sistema político e da sua “vulnerabilidade ao populismo”.

A mim também me preocupa o populismo enquanto “exploração das emoções e da ignorância com fins políticos”. Mas não é qualquer um que, o querendo, consegue ser “populista”.

Para ser “populista” também é preciso estar ligado ao povo, conhecer os seus problemas, dificuldades e dramas. E ter obra feita. É isso que explica, tal-qualmente, as vitórias dos Jardins, Isaltinos, Valentins, Fátimas. E também de Luís Meneses.

Mais do que a preocupação por “um sinal de crise do sistema político” a classe política bem pensante, devia aprender com o que de melhor tem esta gente; uma efectiva ligação ao povo, em vez dos discursos técnicos, estereotipados, inacessíveis à maioria das pessoas.

A vitória do Luís Meneses significou a derrota das elites, dos barões, dos intelectuais bem pensantes, dos “indígenas” do Compromisso Portugal. E para mim significou uma indicação de vontade de mudanças políticas à esquerda.

Sendo-me indiferente o estilo e a forma de fazer política de Meneses, uma espécie de santanismo travestido, pouco edificante politicamente, fico encantado com a derrota de uma parte da corja política que vem administrando o nosso “sistema político”. E estou-me nas tintas para o futuro do PSD. Ou melhor espero que se afunde …

Esperava que Louçã também se tivesse referido à derrota do “sistema político” dos poderosos derrotados.