A melhor música mora aqui.

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As melhores músicas estão aqui!

José Mário Branco, José Afonso, Cristina Branco, Tino Flores, Luís Cilia, Adriano Correia de Oliveira, Vitorino, Joan Baez, Carla Bruni, Valete, Rodrigo Leão, Zélia Duncan, Lhasa de Sena, Rita Lee, Sérgio Godinho, Fausto, Jorge Palma…

… e a lista irá crescendo com novas músicas e mais artistas.

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Hoje fica convosco o Fausto.

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Rosalinda

se tu fores à praia
se tu fores ver o mar
cuidado não te descaia
o teu pé de catraia
em óleo sujo à beira-mar

a branca areia de ontem
está cheiinha de alcatrão
as dunas de vento batidas
são de plástico e carvão
e cheiram mal como avenidas
vieram para aqui fugidas
a lama a putrefacção
as aves já voam feridas
e outras caem ao chão

Mas na verdade Rosalinda
nas fábricas que ali vês
o operário respira ainda
envenenado a desmaiar
o que mais há desta aridez
pois os que mandam no mundo
só vivem querendo ganhar
mesmo matando aquele
que morrendo vive a trabalhar
tem cuidado…

Rosalinda
se tu fores à praia
se tu fores ver o mar
cuidado não te descaia
o teu pé de catraia
em óleo sujo à beira-mar

Em Ferrel lá p´ra Peniche
vão fazer uma central
que para alguns é nuclear
mas para muitos é mortal
os peixes hão-de vir à mão
um doente outro sem vida
não tem vida o pescador
morre o sável e o salmão
isto é civilização
assim falou um senhor
tem cuidado

 

A morte saiu à rua

Um tiro certeiro, à queima-roupa, em plena rua, matou José Dias Coelho há 45 anos. A besta da pide não fazia por menos aos mais incómodos. José Dias Coelho tinha apenas 38 anos de idade. Era um jovem artista plástico, militante comunista e um revolucionário. Lembrar, José Dias Coelho é um testemunho de gratidão. José Afonso deixou para a história, “A morte saiu à rua” em sua homenagem. 

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A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome para qualquer fim

Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue de um peito aberto sai

O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal

E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o Pintor morreu

Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale

À lei assassina, à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou

Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim

Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas de uma nação