Ainda o acordo de Lisboa

A Helena Roseta e a CDU declinaram o convite para assinar o acordo de convergência à esquerda na Câmara de Lisboa, documento subscrito pelo PS e Bloco de Esquerda.

À Helena Roseta poucos a percebem. Disse sempre que queria um acordo à esquerda mas recusou sempre todas as propostas de acordo à esquerda, mesmo depois de demonstradas disponibilidades. Agora, diz que não aceita porque quer estar liberta para cumprir o seu programa, mas antes disso, quis saber que pelouros lhe destinariam. Enfim … também num dia era a mais fervorosa militante partidária e no dia seguinte a combatente maior contra os partidos.

A posição da CDU é o costume. Acordos onde esteja o Bloco não pode ser. Não cabe a desculpa de que não faz acordos com o PS por este praticar políticas de direita. Por um lado o PS sempre praticou políticas de direita, embora agora de forma mais acentuada, e a CDU não deixou por isso, de reclamar por acordos com o PS, e por outro lado, a CDU nunca se conteve de aceitar pelouros em municípios governados pela direita, mesmo quando a direita esteve no Governo.

A Helena Roseta e a CDU não aceitarem este acordo à esquerda, mas vão ter de passar por situações complicadas. É que lhes caberá desempatar, entre os 7 votos do PS e do Bloco de Esquerda ou os 6 votos da direita, escolhendo assim, um alinhamento à esquerda, ou as convergências com a direita.

Não sendo de admitir que Sá Fernandes ceda a políticas contra os interesses de Lisboa e das pessoas, este acordo encosta o António Costa e o PS, na Câmara, a propostas de esquerda, o que não aconteceria se não houvesse este acordo.