Unidades anti-mafia para combater a corrupção

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Todo a gente fala em corrupção mas tendo em conta as prisões ou condenações por corrupção, diríamos que quase não há corrupção em Portugal. Apenas oito pessoas estão presas por corrupção, mas todas relacionadas com a imigração ilegal, segundo o DN de hoje. Mas onde está a tão falada corrupção política, a corrupção na administração pública, a corrupção nas autarquias, a criminalidade económica e financeira? O que está a falhar?

Não há corrupção, mas há a percepção. E parece que ninguém percepciona tão bem, como Maria José Morgado. E a ter em conta as propostas que apresentou no colóquio internacional sobre “combate à corrupção, prioridade da democracia”, na Assembleia da República, estamos a falar em corrupção da grossa.

Maria José Morgado, não faz por menos e propõem a criação de unidades anti-mafia. E faz uma afirmação que nos deixa a pensar: o problema não é de falta de meios. Nem de falta de legislação. É de método, de organização, de falhas de formação adequada, é de estratégia “inconsequente, nebulosa, por vezes paradoxal”.

É preciso fazer mais. A responsável pelo Departamento de Investigação Acção Penal de Lisboa, diz ser preciso melhorar os métodos de recolha de prova (protecção dos denunciantes), abolir o segredo bancário (para prevenir a evasão fiscal e a corrupção, bem como controlar o património), e entre outras medidas, propõem a criação de uma rede judiciária contra a corrupção (ligação operacional entre o Ministério Público e a Policia Judiciária).

Estará o poder político disposto a isto?