Num comentário, aqui há tempos, por simplificação, defini-me como um anarca-comunista. Achei logo ali uma contradição ideológica (e prática) nos termos, mas não encontrei melhor designação para qualificar quem defende os supremos ideais da solidariedade, justiça e igualdade e concomitantemente se assume um completo liberal, na praxe dos comportamentos e vivências sociais.
Mal sabia que existe em Portugal um partido que se reclama de ideais Anarca-Comunistas. Este partido assume-se como de fora do sistema político e por isso não participa em eleições “burguesas”.
Para surpresa minha, concordei, em linhas gerais, com muito do que li nos objectivos e os princípios e com o manifesto do PASR (UPCC), Partido Anarquista Socialista Revolucionário (União Portuguesa de Colectivos Comunistas Libertários), mas já não me revejo na forma como interpreta a realidade e a intervenção política e isso, por si, para que não subsistam dúvidas, seria razão suficiente e de princípio, para uma não aderência a esse partido.
Uma descoberta interessante, contudo, quando as ideologias, se nos vão sumindo.
Fernando, felicito o teu regresso. Um abraço.
Tenho para mim que o comunismo não é compatível com a anarquia. E não há nisto qualquer dualidade: Ou se é ou não é comunista. tão pouco será necessário pertencer ou militar em partidos ditos comunistas.
Este teu texto tem, por assim dizer, a grandeza de dissipar dúvidas e/ou confusões assentes no epigrafado. Fizeste bem trazer o assunto à liça…
“Tenho para mim que o comunismo não é compatível com a anarquia”
Acho que é perfeitamente compativel:
http://ventosueste.blogspot.com/2007/05/sobre-o-anarquismo-de-esquerda.html